Um dos cuidados que devemos ter no ambiente escolar é em relação à pediculose. Mas o que é isso?
Os alunos do 1º ao 5º ano, aprenderam o que é, tipos de piolho, ciclo de reprodução, proliferação, sintomas, tratamento, prevenção, ou seja, direitos de aprendizagem que devem ser garantidos e compartilhados não apenas na escola, mas disseminados com os pais, responsáveis, familiares, amigos.
O resultado dessa sequência didática foi muito produtivo, além de aproveitar para valorizar as culturas que falam o espanhol da nossa comunidade, com o desenho "O mundo de Piojos", que depois de exibido, alguns alunos traduziam e se sentiram protagonistas infanto-juvenis. A experiência, nesse sentido, foi excelente!
Primeiramente, foi exibida uma reportagem do Dr. Júlio Viana Barbosa, especialista em pragas, do Instituto Oswaldo Cruz, afirmando que em todas as escolas, há pelo menos uma criança que apresenta esse problema e que é uma das pragas mais antigas do mundo. Confira a seguir:
TV Globo | Fantástico: Mitos e verdades sobre piolhos
Vídeo do Dr. Júlio Viana Barbosa, especialista em pragas, do Instituto Oswaldo Cruz, explicando os principais aspectos da pediculose e como tratá-la de maneira, simples adequada e rápida, veja:
Pente fino: tudo o que você sempre quis saber sobre piolhos
Vídeo do Programa Bem Estar Piolhos, de 27/02/2012
Enquanto os vídeos foram exibidos, a POIE fazia pausas para explicar cada parte e reforçar ou dirimir as dúvidas que os alunos apresentavam. Além disso, foi enfatizada a precaução em "métodos inadequados" de tratamento que podem levar até à morte. Por isso, vamos deixar relatar a seguir, as dicas de tratamento do Dr. Júlio Viana Barbosa.
TRATAMENTO:
- um recipiente
- uma medida de água
- uma medida de vinagre
- algodão
- xampu
- condicionador
- pente fino
Como proceder:
- Colocar em um recipiente a mesma quantidade de água e vinagre, misturar e molhar o algodão nessa mistura e passar nos fios do cabelo, a fim de que as lêndeas se desgrudem. Utilizar no cabelo inteiro, do couro cabeludo às pontas, deixando agir por algum tempo;
- Lavar os cabelos com xampu;
- Em seguida, passar bastante condicionador e utilizar o pente fino do couro cabeludo às pontas, para que os piolhos e lêndeas se soltem facilmente.
DICA: MESMO QUE NÃO HAJA CASO DE PEDICULOSE, É RECOMENDÁVEL PASSAR SEMPRE O PENTE FINO NOS CABELOS COMO FORMA DE PREVENÇÃO E HIGIENE PESSOAL.
Ao final, foi exibido um curtametragem, em espanhol, "Un Mundo de Piojos", e nossos alunos bolivianos tiveram a oportunidade de: traduzir cada fala aos demais colegas da sala, compartilhar a língua espanhola, atuar como protagonistas infanto-juvenis, dando voz e vez às outras vozes que se fazem presentes no nosso contexto escolar.
02/02/2016
Pente fino: tudo o que você sempre quis saber sobre piolhos
Por: Lucas Rocha (IOC/Fiocruz)
Desidratação, insolação e intoxicação alimentar são alguns dos riscos que vêm à memória quando falamos do verão, temporada em que as temperaturas alcançam marcas acima dos 40°C em algumas cidades. O que muita gente não sabe é que o período de calor também favorece a infestação por piolhos, um problema que atinge a humanidade há milhares de anos. Aliado ao verão, a aglomeração diária de crianças no início do período escolar no mês de fevereiro contribui para o ambiente ideal para o piolho se proliferar. O biólogo Júlio Vianna Barbosa, pesquisador do Laboratório de Educação em Ambiente e Saúde do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) desenvolve atividades educativas sobre o problema que ainda é alvo de preconceito.
Em entrevista, Júlio esclarece que o piolho é um inseto que provoca uma doença (a pediculose, causada a partir da infestação pelo inseto Pediculus humanus humanus), aborda mitos e verdades sobre o assunto e defende ações educativas como a mais importante estratégia para um tratamento eficaz.
Como é seu ciclo de vida?Os piolhos passam por três estágios de desenvolvimento. A fêmea do piolho coloca seus ovos, conhecidos como lêndeas, envoltos numa espécie de cola que os adere aos fios de cabelo. De sete a dez dias depois, estes ovos liberam as ninfas – nome do estágio do piolho logo que sai do ovo. De nove a 12 dias depois, as ninfas chegam à fase adulta. Nesse estágio, os piolhos vivem cerca de 30 dias e vão se alimentar com sangue e acasalar, reiniciando o ciclo. A fêmea produz, em média, de 150 a 300 ovos ao longo da vida. A temperatura elevada é um fator importante para a proliferação dos piolhos. Quanto maior a temperatura, mais acelerado é o desenvolvimento do piolho dentro do ovo. Por isso, há maior incidência do inseto no verão.
Como acontece a transmissão?
Apesar de ser um inseto, o piolho não tem a capacidade de voar, uma vez que não possui asas, e nem de pular, pois não possui pernas adaptadas para o salto, como é o caso da pulga. A transmissão pode ocorrer de duas maneiras: por meio do contato direto, encostando cabeças para tirar uma fotografia, por exemplo, ou pelo compartilhamento de objetos de uso pessoal, como pentes e escovas, prendedores e lenços de cabelo, bonés, capacetes, travesseiros, entre outros.
É verdade que a transmissão pode estar relacionada à falta de higiene?
Não. Isso foi um conceito muito tempo atrás. Independentemente de renda, sexo ou idade, qualquer pessoa pode ter piolho, desde que não esteja atenta ao compartilhamento de objetos de uso pessoal.
Como prevenir?
Por meio de uma medida simples é possível impedir a proliferação da pediculose. Evite compartilhar objetos de uso pessoal, como bonés, pentes e escovas, prendedores de cabelo, lenços, bandanas ou capacetes.
O que causa a coceira?
A coceira é o primeiro sintoma da manifestação da pediculose e acontece devido à reação do corpo à alimentação do piolho. Para conseguir se alimentar do nosso sangue, o piolho utiliza duas substâncias presentes em sua saliva. Ao encontrar um vaso sanguíneo, o inseto injeta saliva naquele local. Uma enzima anestésica impede que o homem sinta dor no momento em que o aparelho bucal do inseto penetra no couro cabeludo. Durante a alimentação, outra enzima entra em ação: com função anticoagulante, ela evita que o sangue coagule no intestino do piolho. A combinação destas substâncias promove uma reação do corpo humano, manifestando-se na forma de coceira intensa, um incômodo que geralmente começa atrás da orelha ou na região da nuca. Outro sintoma que pode se manifestar especialmente em crianças, dependendo da quantidade de piolhos, é o desenvolvimento de anemia.
Qual a forma mais eficaz de se eliminar os piolhos?
A melhor forma de se eliminar os piolhos é por meio do uso diário de pente fino. Para isso, a criança deve ser posicionada de costas, sentada, com um pano branco nos ombros para facilitar a visualização dos piolhos retirados. Com o cabelo dividido em partes, o pente fino deve ser usado da base até o final dos fios. Para facilitar, pode ser utilizado um creme de pentear. Essa recomendação é fundamental, porque os produtos disponíveis atualmente não têm efeito sobre a lêndea, que é o ovo do piolho. Para retirar a lêndea, é recomendável que se utilize uma mistura de água e vinagre, na mesma proporção. Passe um pedaço de algodão molhado com a solução em três ou quatro fios de cabelo, da raiz até as pontas. Essa é uma receita caseira segura, que não traz riscos à saúde humana.
Qual é o risco de se utilizar métodos alternativos de combate à doença como inseticidas ou tinturas de cabelo?
Nenhum tipo de produto deve ser utilizado sem recomendação médica. O couro cabeludo funciona como uma espécie de esponja que absorve o que é aplicado na cabeça. Portanto, é preciso ter cautela. As tinturas de cabelo e os inseticidas podem até matar os piolhos, mas não eliminam as lêndeas. Além disso, esse tipo de material contém substâncias tóxicas que podem provocar lesões e infecções na criança. Outro mito comum consiste no uso de plantas, comumente associado a tratamentos naturais. Contudo, seu uso indevido pode gerar alergias e também deve ser evitado.
Existe um mito sobre a presença de lêndea morta no couro cabeludo. Você pode explicar?
Quando o piolho sai da lêndea, o ovo onde se desenvolveu, deixa para trás uma casca vazia. Devido à cola que adere as lêndeas no fio de cabelo, elas permanecem lá por muito tempo, surgindo, assim, a ideia de que poderia ser lêndea morta.
Contribuição: POIE Maria Madalena Sercundes
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